A VERDADEIRA HISTORIA DOS ÍNDIOS TEREMEMBÉS SOMENTE PÔDE SER FOCALIZADA DEPOIS DA PRESENÇA ALI ( NA ALDEIA ), DE PADRES MISSIONÁRIOS DA CAMPANHIA DE JESUS, DENTRE OS QUAIS SE DESTACOU O PADRE JOAO TAVARES.
PELO QUE SE SABE, O PADRE JOAO TAVARES FIXOU-SE EM PRINCIPIO, DISTANTE DA TRIBO, TALVES COMO MEDIDA DE PRECAUÇÃO, PORQUE NÃO CONHECIA AINDA O GRAU DE PERICULIOSIDADE DA QUELES INDÍGENAS.
A RESPEITO DO NOME TUTOIA, EXISTEM VÁRIAS VERSÕES. ALGUNAS HISTORIADORES SUSTETAM QUE O NOME PROVÉM DA LÍNGUAGEM TUPI-GUARANI E SIGNIFICA '' AGUA -BOA '' OUTROS AFIRMAM QUE SE TRATA DE UMA AGLUTINAÇÃO DAS PALAVRAS USADAS PELOS IVASORES. ''OH! TU TROYA'' ...
EM 1º DE AGOSTO DE 1758, A LOCALIDADE RECEBEU O NOME DE VILA VISOSA 113 ANOS DEPOIS, APÓS A SUA ELEVAÇÃO À CATEGORIA DE VILA, OU SEJA NO ANO DE 1871.A VILA SE TORNO-SE DE TAL MANEIRA DECADENTE, QUE SUA SEDE FOI TRANSFERIDA PARA BARREIRINHAS PARA INTEGRAR O TERRITORIO DA QUELE MINICIPIO AUTÔNOMO.
OUTROS RELATOS IMPORTANTES
Tremembés
Pormenor do mapa da costa do Ceará de 1629 (Albernaz I); em
destaque as terras dos tremembés.
Os tremembés são um grupo étnico indígena que habita os limites do município brasileiro de Itarema, no litoral do estado do Ceará, mais precisamente na Área
Indígena Tremembé de Almofala (Itarema), Terras
Indígenas São José e Buriti (Itapipoca), Córrego do João Pereira
(Itarema e Acaraú) e Tremembé de Queimadas (Acaraú).
distribuição dos grupos de
língua tupi na costa, no século XVI.
A saga dos Tremembé
Os tremembés eram
originalmente nômades que viviam num território que estendia-se do sul do Maranhão até o Rio Acaraú, no atual estado do Ceará1 . Foram aldeados pelos Jesuítas no século XVII nas missões de Tutoya (Tutóia-Maranhão), Aldeia do Cajueiro (Almofala) e Soure (Caucaia).2
Foram declarados como não
existentes pelo então governador da Província do Ceará (José Bento da Cunha Figueiredo
Júnior), após decreto de 1863. Antes
disto, em 1854, os índios perderam o direito da terra pela regulamentação da
Lei da Terra. Estes ressurgem no cenário cearense nas décadas de 1980 e 1990,
quando são reconhecidos pela Fundação Nacional do Índio.3
Arte e cultura
Arte tremembé
Os tremembés conseguiram guardar um pouco da sua arte e cultura. Eles
ainda dançam o torém (uma dança ritual) e ainda produzem o mocororó
(vinho de caju azedo fermentado).4 Eles costumam pintar as paredes das suas
habitações e cerâmicas com motivos simbólicos do seu habitat, como: o
caju, a rolinha, peixes, caranguejos e outros. As
mulheres tremembés confeccionam biojoias, como colares e pulseiras com conchas,
búzios e sementes.
A tecelagem também é confeccionada por estes.
MAIS INFORMAÇÕES
Nos
séculos XVI e XVII, os Tremembé ocupavam a extensa região litorânea que segue
do atual Pará ao Ceará (Tomás, 1981; Nimuendaju, 1981; Metraux, 1945; Pompeu
Sobrinho, 1951). Com a colonização portuguesa, aldeamentos missionários foram
criados, destacando-se o de Tutóia (Maranhão), controlado pelos jesuítas, e o
do Aracati-mirím (Ceará), que era controlado por padres seculares. A criação da
Missão do Aracati-mirím ocorreu muito provavelmente no primeiro quartel do
século XVIII. De fato, algumas sesmarias foram concedidas a padres seculares na
região próxima à Missão entre 1724 e 1744, inclusive algumas se referem às
terras da Missam do tapuya Tramanbe. Depois chamada de Missão de Nossa Senhora
da Conceição dos Tramambés, ela consolidou-se como uma irmandade, composta e
administrada por religiosos e leigos, que floresceu com extenso patrimônio de
terras e cabeças de gado. Era uma instituição de catequese, mas voltava-se
também aos serviços religiosos para uma população regional.
Em 1766, a Missão tornou-se uma freguesia de índios e foi rebatizada de Almofala, um topônimo de origem árabe-portuguesa. No fim do século XVIII, porém, a irmandade foi declinando pouco a pouco, perdendo grande parte de seu patrimônio. A povoação de Almofala continuou a ser habitada, porém, por população indígena. Ao longo da primeira metade do século XIX, diversos “diretores de índios” foram, inclusive, nomeados para a povoação, perdurando até 1858, quando a diretoria foi definitivamente suprimida por lei provincial, o que corresponde à posição política do governo cearense sobre os aldeamentos indígenas.
De fato, a documentação histórica que subsiste do período trata, sobretudo, do destino das terras que constituíam o patrimônio do dito aldeamento. Datado de 1855-1857, o “Livro de Registro de Terras da Freguesia da Barra do Acaracú” inclui 22 títulos de índios de Almofala, além do registro “de uma légoa de terra quadrada” para “rezidencia e subsistencia dos Índios” da povoação (18 de março de 1857), apresentado pelo Curador dos Índios e rubricado pelo vigário de Acaraú. Essa documentação fundiária tem valor especial porque está de acordo com as mudanças decorrentes da Lei de Terras de 1850 no que se refere aos aldeamentos extintos. Depois, outros documentos confirmam a medição e discriminação das terras pelo engenheiro Antonio Gonçalves da Justa Araújo. No entanto, elas foram sendo progressivamente ocupadas por “pessoas estranhas à família” dos índios, tal como se verifica na documentação da Câmara Municipal de Acaraú da década de 1880. Aforamentos foram sendo igualmente concedidos em diversos trechos das terras do aldeamento. Todavia, mudanças ecológicas graves dificultaram provavelmente a ocupação completa das terras.
No fim do século XIX, a antiga povoação foi sendo coberta pouco a pouco por dunas de areia que chegaram, inclusive, a soterrar a igreja barroca ao longo de três décadas. Em 1898, o Padre Antonio Tomás (1981), que foi testemunha de todo esse processo, registrou o drama provocado pela retirada dos santos da igreja, o que envolveria diretamente os “descendentes” dos índios. Considerando os fatores ecológicos, ampla extensão da área que perfazia as terras do antigo aldeamento de Almofala tinha pouco valor econômico, o que não evitou sua ocupação em seu interior. Nesse caso, a primeira metade do século XX mostrou um quadro bastante heterogêneo de ocupação da terra, de regularização fundiária e de aproveitamento econômico dos recursos naturais. A partir de 1940, as dunas foram sendo paulatinamente desviadas pela força dos ventos, o que contribuiu outra vez para o crescimento da povoação.
De meados do século XIX ao longo do século XX, os Tremembé foram tratados como ‘caboclos”, “remanescentes” ou “descendentes” de índios. A diferenciação étnica era relevada ou minimizada de acordo com as situações sociais. Como os Tremembé possuem uma dança específica, o torém, eles passaram a ser notados socialmente por conta da sua realização.
Em 1766, a Missão tornou-se uma freguesia de índios e foi rebatizada de Almofala, um topônimo de origem árabe-portuguesa. No fim do século XVIII, porém, a irmandade foi declinando pouco a pouco, perdendo grande parte de seu patrimônio. A povoação de Almofala continuou a ser habitada, porém, por população indígena. Ao longo da primeira metade do século XIX, diversos “diretores de índios” foram, inclusive, nomeados para a povoação, perdurando até 1858, quando a diretoria foi definitivamente suprimida por lei provincial, o que corresponde à posição política do governo cearense sobre os aldeamentos indígenas.
De fato, a documentação histórica que subsiste do período trata, sobretudo, do destino das terras que constituíam o patrimônio do dito aldeamento. Datado de 1855-1857, o “Livro de Registro de Terras da Freguesia da Barra do Acaracú” inclui 22 títulos de índios de Almofala, além do registro “de uma légoa de terra quadrada” para “rezidencia e subsistencia dos Índios” da povoação (18 de março de 1857), apresentado pelo Curador dos Índios e rubricado pelo vigário de Acaraú. Essa documentação fundiária tem valor especial porque está de acordo com as mudanças decorrentes da Lei de Terras de 1850 no que se refere aos aldeamentos extintos. Depois, outros documentos confirmam a medição e discriminação das terras pelo engenheiro Antonio Gonçalves da Justa Araújo. No entanto, elas foram sendo progressivamente ocupadas por “pessoas estranhas à família” dos índios, tal como se verifica na documentação da Câmara Municipal de Acaraú da década de 1880. Aforamentos foram sendo igualmente concedidos em diversos trechos das terras do aldeamento. Todavia, mudanças ecológicas graves dificultaram provavelmente a ocupação completa das terras.
No fim do século XIX, a antiga povoação foi sendo coberta pouco a pouco por dunas de areia que chegaram, inclusive, a soterrar a igreja barroca ao longo de três décadas. Em 1898, o Padre Antonio Tomás (1981), que foi testemunha de todo esse processo, registrou o drama provocado pela retirada dos santos da igreja, o que envolveria diretamente os “descendentes” dos índios. Considerando os fatores ecológicos, ampla extensão da área que perfazia as terras do antigo aldeamento de Almofala tinha pouco valor econômico, o que não evitou sua ocupação em seu interior. Nesse caso, a primeira metade do século XX mostrou um quadro bastante heterogêneo de ocupação da terra, de regularização fundiária e de aproveitamento econômico dos recursos naturais. A partir de 1940, as dunas foram sendo paulatinamente desviadas pela força dos ventos, o que contribuiu outra vez para o crescimento da povoação.
De meados do século XIX ao longo do século XX, os Tremembé foram tratados como ‘caboclos”, “remanescentes” ou “descendentes” de índios. A diferenciação étnica era relevada ou minimizada de acordo com as situações sociais. Como os Tremembé possuem uma dança específica, o torém, eles passaram a ser notados socialmente por conta da sua realização.
MAIS INFORMAÇÕES
O livro traz
o título de “A SAGA DA TRIBO TEREMEMBÉ” e leva leitor a pensar e
imaginar-se parte da vida de um povo que por muito tempo habitou áreas do,
hoje, município de Turiaçu, Tutóia no Maranhão, Parnaíba no Piauí, municípios
do Ceará até o Rio Grande do Norte. (p. 49)
O autor
afirma ainda que os Teremembé ou Tremembés eram canibais, não por fome, mas por vingança (p. 61).
Em outros
trechos do livro fala de que o Padre João Tavares foi o primeiro jesuíta a
aldear os Teremembé por volta dos idos de 1722 a 1728 (p. 54).
Olá! Sou descendente desse povo indigena pela parte da minha mãe. Gostaria de estudar mais sobre a história desses indígenas. Sou neta de Antônio Saturnino e Benedita Alves da Silva. Minha família mora na Barra. Eu nasci em São Luís e moro aqui mas amo Tutoia e gostaria de conhecer minha história, a história dos meus antepassados. Onde posso adquirir o livro?
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